Adeus ano querido...

Em 2009 abandonei o bloco.
E ele me abandonou.
Desentendemo-nos por tudo o que fiz do ano que passou.

Troquei o bloco pelo computador.
A caneta indecisa pelo digitar certeiro das teclas com hora para acabar.
A pressão daquela voz pela do tempo.

Construi meus próprios blocos, para depois desconstruir.
Das ruínas, fiz meu lugar. Sedentarizei as escolhas.
Encaixei o pensamento.

Fui atrás de outros blocos
com novas e antigas companhias,
e a trilha sonora no repeat.

E também mudei de bloco, literalmente.
Às cartas, avisei o novo endereço.
Aos amigos, exigi visitas.
Ao amor, dei as chaves da porta.

Escolhi os horários certos para me atrasar
As pessoas erradas pra beijar
Os amigos mais divertidos para dançar.

Senti saudades, sonhei verdades,
descobri mensagens não escritas.
Esperei palavras que também não disse.

Vi as horas voarem
queridas pessoas partirem,
sonhos se realizarem.

Com tanto mundo ao meu redor,
o bloco ficou perdido num canto qualquer.
Neste novo ano, só desejo uma coisa: fazer as pazes.